A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) recebeu entre os dias 17 e 21 o segundo módulo da Oficina Nacional de Formação Política e Economia Solidária. Ao mesmo tempo, está ocorrendo até o mês de novembro a quinta edição do curso de teoria política Latino-Americano. Juntos na escola, estiveram os 120 militantes vindos de 20 países e mais 50 militantes da Economia Solidária vindos de todos os estados do Brasil.
O objetivo da Oficina de Formação Política e Economia Solidária é aprofundar a leitura política e apropriação das deliberações e acúmulos do movimento de economia solidária, consolidando o projeto político do movimento de economia solidária, e para isso, considerou-se fundamental que fosse realizado na ENFF. Os participantes da oficina são educadoras e educadores de todo o Brasil, que saem da escola com a tarefa de pautar a formação política nos fóruns locais de economia solidária, através do Centro de Formação em Economia Solidária.
O Boletim do MST entrevistou participantes dos dois cursos. Sandra Lopes, do equador, veio para o curso Latino-Americano, mas passou um dia na oficina de economia solidária, dado que seu país é uma referência em legislação sobre economia solidária: “O objetivo do curso é que nós da esquerda latino-americana possamos nos fortalecer não só na prática, mas também na teoria.”
Para Tico, militante do MST na ENFF, a importância da articulação com o movimento de economia solidária se dá na possibilidade de trazer para esse movimento elementos da luta política que o MST trava: “A economia solidária cada vez mais se aproxima para avançar na formação política necessária para fazer da utopia realidade. Com esse processo de crise que se amplia, se faz necessária essa articulação entre os diversos movimentos.”
Tiana Almire, da coordenação executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, explica a importância da formação política para o movimento de economia solidária: “Nosso movimento tem o propósito de transformar a sociedade, virar a página do capitalismo. Faltava o espaço da formação, de reflexão maior. Aqui podemos trocar experiências com o MST, que vem fazendo a formação do seus quadros há anos, e nos aproximar, afinal de contas estamos do mesmo lado e temos o mesmo objetivo. Não podemos ficar isolados nas nossas caixinhas."
Rosana Kirsch, coordenadora do Centro de Formação em Economia Solidária (CFES), explica como se deu a decisão de realizar a formação política na ENFF: “No começo do ano, o conselho gestor do CFES definiu que uma das atividades seria voltada para a formação política, e que essa atividade seria feita em parceria com o MST, reconhecendo o acúmulo deste movimento na formação política, de quadros e em educação.”
Segundo Neno, da Rede de Educação Cidadã – RECID, o movimento de economia solidária está passando por transformações. “A economia solidária começa a ter compreensão de que é um movimento da classe trabalhadora. A proposta da solidariedade, a proposta da cooperação, a proposta da autogestão já são em sua essência propostas socialistas.”
Joana Louback, da Cooperativa Aprender Produzir Juntos (APJ), finaliza sintetizando a importância da união entre os movimentos: “Todos aqueles que estão construindo um outro mundo possível tem que se juntar. O valor fundamental de estarmos aqui se dá em fortalecer aos que acreditam no mesmo projeto de sociedade.”
Veja mais sobre a Economia Solidária e o curso de formação política aqui: FBES
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